Para evitar surpresas, casais devem conhecer direitos durante o processo de separação

01/10/2013. Enviado por

Número de casais separados dobra nos últimos anos no Brasil. Advogada explica algumas consequências do divórcio.


Durante o casamento, os parceiros criam diferentes ritmos para se adaptarem à rotina do companheiro. Com o tempo, podem não seguir direções complementares e decidem a necessidade de separação.

Isso tem se tornado mais comum no Brasil. Segundo pesquisa do IBGE, o percentual de divorciados chegou a 3,1% no país. Esse número foi considerado alto pelo instituto, já que significa quase o dobro dos 1,7% detectados em pesquisa realizada no ano 2000.

Contudo, muitas dúvidas surgem quando a decisão pelo divórcio é tomada. A Dra. Ana Elena Alves De Lima, que atua na área do Direito de Família, explicou alguns detalhes do processo de separação.

 

MeuAdvogado: Quanto tempo dura o processo de divórcio?

Dra. Ana Elena Alves de Lima: O tempo de um processo de divórcio depende de vários fatores. Se consensual, até a expedição do mandado de averbação [ou seja, a concretização do divórcio] são 60 dias, em média. Se litigioso, é imprevisível. O processo pode arrastar-se por anos. Às vezes, dura mais que o próprio casamento, já que a toda sentença cabe recurso.


MA: O que diferencia os tipos de divórcio?

Dra. Ana Elena: Há dois tipos de divórcio: o consensual e o litigioso. No divórcio litigioso não há consenso entre o casal acerca da dissolução do casamento. Podem até concordar com o divórcio, mas discordar quanto ao uso do nome, à guarda dos filhos, ao regime de visitas, à pensão de alimentos, à partilha do patrimônio. No consensual, como o próprio nome diz, há um consenso, um acordo de vontade entre as partes em estabelecerem amigavelmente a dissolução, guarda, visitas, pensão, divisão de patrimônio, etc.

 

MA: Se uma pessoa adquire um bem durante o processo de divórcio, ele também entrará na partilha caso esteja casada com comunhão total ou parcial de bens?

Dra. Ana Elena: Sim. Entrará na partilha, posto que adquirido no estado civil de casado. Enquanto não houver sentença homologando ou decretando a dissolução do casamento, todos os bens adquiridos durante a união conjugal pertencem ao casal .


MA: Se um membro do casal deixou de trabalhar após a união, quais são seus direitos financeiros?

Dra. Ana Elena: Terá direito a alimentos concedidos durante um prazo intercalar, entre a extinção do casamento e a retomada de atividade laboral, por um prazo necessariamente curto. Estes alimentos não visam colocar o cônjuge alimentando no nível de vida que tinha enquanto casado, mas unicamente garantir a satisfação das suas necessidades.

 

MA: No caso da guarda compartilhada dos filhos, o que ocorre caso um dos membros do casal decida mudar de cidade? Quais são os direitos de cada um?

Dra. Ana Elena: Na guarda compartilhada, os pais dividem a responsabilidade em relação aos filhos. Todas as deliberações sobre a rotina da criança, como escola, viagens, atividades físicas, passam a ser tomadas em conjunto. Via de regra, a fixação da guarda compartilhada pelo juiz somente deverá ocorrer quando houver diálogo e civilidade entre os pais. Os direitos entre os pais entre si são iguais, o que deve prevalecer é o bom senso e a preservação dos direitos dos filhos.

Assuntos: Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável, Casamento, Comunhão parcial de bens, Comunhão Universal de bens, Direito Civil, Direito de Família, Direito processual civil, Divórcio, Família, Partilha de Bens, Separação, Separação de bens, União estável

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