05/06/2013. Enviado por Dr. Wéliton Róger Altoé
A Revista Lugar de Noticias tem possibilitado que milhares de pessoas discutam minhas idéias. Em função disso, tenho recebido muitos contatos, especialmente por e-mail, destacando a contribuição dos textos para a sociedade. E é exatamente esse o objetivo do nosso trabalho.
Relutei para externar minha alegria pelo reconhecimento, mas como não sou formado em jornalismo ou outra ciência da comunicação, posso me atrever a quebrar regras e protocolos dessa maravilhosa classe de profissionais, e agradecer aos leitores.
Se o objetivo está sendo atingido, significa que a nossa comunicação está sendo eficaz e eficiente, ou seja, além de estarmos armando bem as jogadas, estamos (eu e minha equipe) marcando gols e ganhando jogos.
Fiquei intrigado com essa sinergia, e estou buscando respostas. Tenho a percepção de que essa “comunicação efetiva” tem a ver com alguns conceitos e valores básicos que são partilhados por mim, pela minha equipe e pelos leitores.
No mundo da comunicação em massa, onde todos se comunicam com todos em todos os lugares e a todo momento, só conseguimos passar verdadeiramente uma mensagem quando ela atinge conceitos permanentes, imutáveis e que resistem a qualquer mudança ao longo do tempo.
Como muito bem falou o publicitário Nizan Guanaes, “na época da comunicação total, a verdade tornou-se a maior arma”. Portanto, o que une as pessoas, as empresas, as organizações, as pessoas às empresas e as empresas às pessoas, são valores permanentes como a ética, respeito, pró-atividade, comprometimento, amparados sempre pela verdade. Nas relações de trabalho, e no mundo empresarial, não é diferente.
Existem algumas verdades que não podem ser ignoradas por trabalhadores, empresários, governo e sociedade. A primeira e principal, é que o lucro é algo extremamente saudável. Empresas existem para gerar lucro, e somente gerando lucro poderão cumprir o seu compromisso social. Portanto, o empregado deve trabalhar duramente para garantir o lucro da empresa que lhe remunera. Por outro lado, o empregador deve tratar o seu empregado como se trata um cliente, ou seja, excelentemente bem.
O clima organizacional deve ser o melhor, e o empregado deve estar engajado com a política e com os objetivos da empresa. Entre empresa e fornecedores (de serviços, produtos e materiais), não basta mais estabelecer apenas uma relação contratual de obrigações recíprocas, é necessário construir alianças estratégicas, de modo que ambos possam crescer e evoluir ao longo do tempo. Até o último fim de semana eu chamava essa relação de ganha-ganha.
No sábado, ao participar de um intensivo de marketing, juntamente com os gestores do meu escritório e mais nove empresas desta Cidade, aprendi que é mais do que isso, é uma relação prospera-prospera. Todos prosperam. E se a relação com os empregados também é saudável, prosperam empresa, fornecedores e empregados.
Esse ciclo virtuoso de felicidade gera efeitos de longo alcance, benefícios para a sociedade e proteção contra as “inércias” governamentais (executivo e legislativo). E não tenham dúvida de que as empresas, empregados e fornecedores (de serviços, produtos e materiais) que terão sucesso no futuro serão exatamente essas que se dispuserem a formar alianças estratégicas, a formarem esses “núcleos duros”, essas carcaças de proteção mutuas, pois as relações duradouras com clientes escolhidos e a construção de um ambiente de cooperação e de relações significativas os protegerão de ameaças externas, quer seja da legislação, dos mercados, ou de qualquer outra forma de interferência.
Essa união, através da verdade e das alianças estratégicas, entre empresas (empregadores e fornecedores) e empregados, trará benefícios para estes e para a sociedade. Faltam, portanto, falarmos dos três poderes da República (Legislativo, Executivo e Judiciário). Na atualidade, são as maiores ameaças para as empresas. Muitas vezes invisíveis outras imprevisíveis, os efeitos são devastadores. Identifica-se com mais facilidade o concorrente e as tendências de mercado do que as intervenções nefastas dos três poderes.
Um projeto de lei que está no congresso desde 2004, essencial para o País, e que fala da terceirização, inexplicavelmente é atropelado pela PEC das Domésticas, que retira do mercado de trabalho e leva para a informalidade centenas de milhares de trabalhadoras, que são obrigadas a retornar para o lar, porque seus salários não justificam a manutenção de uma empregada.
O judiciário tenta equilibrar as mazelas dos demais poderes, mas, com isso, aumenta a insegurança jurídica, pois amplia o leque de possibilidades de decisões sobre um mesmo assunto.
Repentinamente, surge uma nova legislação, um novo imposto, um novo entendimento jurisprudencial, e pior, a insegurança é agravada por uma prática sui generis no Brasil, que se refere à aprovação de leis que têm efeito retroativo e, com isso, gravam e tributam o passado.
É o caso da lei que elevou a alíquota do FGTS para cobrir um alegado déficit do passado – e que até hoje continua viva, apesar do referido déficit ter sido coberto há muito tempo. Há uma profusão de leis obscuras que demandam da Justiça do Trabalho a sua interpretação, geralmente realizada por meio de um grande numero de expedientes que, no conjunto, formam de fato uma verdadeira Consolidação da Jurisprudência do Trabalho.
Poucas são as empresas e os trabalhadores que conhecem, entendem e dominam o cipoal de regras que preside a contratação do trabalho no Brasil. Observem que a CLT completou 70 anos, mas a PEC das Domésticas e outros absurdos foram aprovados recentemente.
Esse tipo de irracionalidade não tem 70 anos. Ele é um produto contemporâneo, aprovado em abril de 2013, em pleno século 21, quando o mais imprescindível é criar-se ambientes seguros e favoráveis para os negócios e para os trabalhadores.
Isso mostra que as alianças estratégicas entre empresas (empregadores e fornecedores) e empregados (individual ou coletivamente), construídas sob os pilares da verdade e valores que resistem às mudanças culturais e tecnológicas, é o caminho para construirmos uma armadura contra as ameaças externas.
Por Dr. Weliton Roger Altoé
Sócio Proprietário da Altoé Advocare Advogados Associados