A mãe do meu filho liga várias vezes nos meus dias de visita, está certo isso?

18/04/2019. Enviado por em Família

E quando você recebe várias ligações do pai ou da mãe do seu filho nos dias que ele está com você, o que fazer? É certo essas ligações frequentes?

Errado que um dos genitores ligue durante o período que o filho está com outro, não é, mas ligações muito frequentes podem sim virar um problemão.

 

Quando a criança percebe que a mãe ou o pai, liga várias vezes para saber se está tudo bem, se comeu, se já tomou banho, se já escovou os dentes, se tomou café da manhã e que horas, se tomou algum lanche no decorrer do dia, está com fome, se passou frio a noite, e por aí vai... pode surgir na cabeça dela a ideia de que esse pai ou mãe não tem condições de oferecer a segurança e os cuidados de que ela precisa, logo, ainda que inconscientemente começa a questionar: se minha mãe está tão preocupada comigo, mesmo eu estando com meu pai, deve ser porque ele não sabe cuidar de mim, certo!?

 

Não é raro ouvirmos relatos de pais reclamando que as mães de seus filhos ligam várias vezes ao dia, ora para falar com o filho, ora para falar com eles próprios, a fim de passar alguma orientação.

 

Não é raro também que esse pai vá cedendo a vontade da mãe e seguindo as orientações dela, seja por não saber o que fazer; por efetivamente não ter se atentado à algum a necessidade do filho; por ser mais cômodo, já que não precisará resolver nada por conta própria ou mesmo para evitar confusão: faço o que ela quer e ela não me enche o saco...

 

O que esses pais em geral não percebem, é que o resultado disso para uma criança é também muita insegurança, já que para ela, estando com pai e sendo necessário que a mãe diga, o quê, como e quando precisa que algo seja feito, é porque ele não consegue sozinho cuidar dela. O raciocínio é, mesmo distante, é minha mãe quem me cuida, não meu pai.

 

Uma vez ou outra acontecer esse tipo de situação e a mãe ou pai ligar, 5, 6, 10 vezes no dia, por mais que seja incômodo, não vejo problema nenhum, mas quando isso se torna frequente e rotineiro, o resultado é fragilização ou falta de estabelecimento de vínculo de afeto, de confiança e segurança do filho em relação ao pai ou mãe.

 

Criança precisa se sentir segura, amada e protegida se ela não encontra isso em um genitor, buscará no outro (ou em uma terceira pessoa) e isso põe aquele que não tem a guarda e que geralmente convive menos com a criança, em uma situação de enorme vulnerabilidade efetiva, o que pode facilitar a instalação do que chamamos de síndrome da alienação parental.

 

Para aquele genitor que liga com muita frequência, atenção. Esse fato, combinado com outras ocorrências, pode virar processo de investigação de alienação parental e como consequência podem ser aplicadas sanções, que vão desde uma simples advertência até a suspensão da autoridade parental, ou seja você deixa de ter direitos e deveres em relação ao seu filho, e um juiz é quem vai decidir o que vai acontecer com sua família.

 

Se você é pai ou mãe e está passando por esse tipo de situação a minha orientação é que você procure meios de reduzir a frequência desses contatos. Mas perceba, eu NÃO estou falando de proibir o contato, bloquear a pessoa no whatsapp ou telefone, muito menos não atender às ligações. Estou falando de impor limites, negociar a respeito de horários e frequência, de preferência sem brigas, acusações ou ameaças.

 

O fato é, que se você não quiser cedo ou tarde ter sérios problemas, de alguma maneira terá que ajustar essa questão para que não continue a invadir o seu direito de convivência nem vá deixar a mãe ou pai sem contato.

 

Quanto antes você fizer isso melhor. Os nãos certos, na hora certa podem ser determinantes para os caminhos que a sua relação com seus filhos irá tomar. Seus filhos agradecem a ausência de conflito e a segurança que você pai, você mãe proporcionam a ele.

 

Boa sorte e contem comigo!

 

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Assuntos: Alienação Parental, Direito Civil, Direito de Família, Filhos, Guarda dos filhos


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