Questões sobre a corrupção no Brasil

Os mais recentes derrubaram os ministros do Transporte do Turismo e Esportes. A saída de Orlando Silva, colocou em xeque a credibilidade do Ministério dos Esportes, que organiza os megaeventos esportivos dos próximos anos, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, que serão realizados no Brasil. Um recente estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta que o volume de dinheiro desviado com corrupção no país gira entre R$ 50 bilhões e R$ 85 bilhões por ano.

Esse valor desviado pelos corruptos, segundo análise de uma revista de circulação nacional, seria suficiente para melhorar a saúde e custear 17 milhões de sessões de quimioterapia ou 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais. Com esse dinheiro, o governo poderia construir, anualmente, 241 quilômetros de metrô ou 36 mil quilômetros de rodovias. Além disso, com essa verba seria possível construir 1,5 milhão de casas ou reduzir em 1,2 ponto percentual a taxa de juros no país.

Levando a discussão para o âmbito mundial, a realidade também não é diferente do cenário brasileiro e os números assustam. De acordo com o Banco Mundial, cerca de US$ 1 trilhão é desviado pelos corruptos todos os anos. O mais alarmante disso tudo é que, conforme estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), são necessários apenas US$ 30 bilhões por ano para acabar com a fome de quase um bilhão de pessoas no planeta.

Parte dessa verba acaba desviada e nunca chega ao seu destino final. Se por um lado a carga tributária e a arrecadação dos impostos no Brasil se assemelham às dos países desenvolvidos, por outro os serviços oferecidos à população, são, em muitos casos, semelhantes aos dos países mais pobres do planeta. Por isso, a população deve e tem que cobrar qualidade na segurança pública, na saúde, na educação, dentre outros.

Precisamos melhorar a gestão do dinheiro público e cobrar mais transparência dos nossos políticos, para que não haja tanta corrupção e desvio de verbas e, consequentemente, ocorra a melhora dos serviços prestados à sociedade. No entanto, isso passa pelo amadurecimento das instituições e instrumentos de controle, principalmente, no que se toca na escolha dos nossos governantes.

Com mais transparência e controle, teríamos dinheiro para investir em ampliações e novas linhas de metrô, duplicar rodovias, melhorar nossas estradas, saúde e educação.