10/05/2013. Enviado por Equipe MeuAdvogado
13 A 18 DE MAIO - SEMANA DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL
Combater a violência sexual deve ser compromisso de toda sociedade!
A legislação brasileira, teoricamente, naquilo que se refere à proteção da criança e do adolescente, mostra-se como das mais avançadas do mundo.
No entanto, na contramão dessas tantas conquistas legais, um percentual significativo de crianças e adolescentes brasileiras estão muito longe de verem seus direitos efetivamente respeitados.
Apesar do “esforço” estatal e de organismos não governamentais, ainda são muitas as crianças desprovidas do aleitamento materno mínimo; são incontáveis os adolescentes infectados por doenças sexualmente transmissíveis e até AIDS; são milhares os jovens sem qualquer oportunidade de acesso a instituições de ensino profissionalizante; são em grande número, ainda, aqueles que nos fazem recordistas em mortalidade infantil.
Essa situação de precariedade e de descaso/abandono coloca as crianças e os adolescentes na mira daqueles que, deles se apropriam com fim de proveito das práticas de exploração e abuso sexual.
E não adianta as pessoas confundirem com prostituição infantil, como que tirando a responsabilidade social pelo fato, e jogando toda a culpa naquelas crianças e adolescentes.
Os casos de abuso e exploração sexual estão intimamente ligados à condição de objeto, de mercadoria, muito próximo de um regime de escravidão.
Esse abuso e exploração não ocorrem só nas ruas, ocorre também nos lares, dentro do seio familiar, onde talvez, seja até mais deprimente, se é que há como mensurar a reprovabilidade desse ato, pois, nesses casos, existe uma ameaça moral, psicológica e que impõe ao abusado a lei do silêncio.
Hoje se vê clamores para a redução da maioridade penal, e pela inaplicabilidade do ECA, mas, quando é que a família, a sociedade, as entidades, os órgãos públicos, os sindicatos, as organizações não governamentais, escolas, partidos políticos, vão efetivamente fazer cumprir os instrumentos protetivos em favor daqueles que não delinquem?
Estamos todos insatisfeitos com a inimputabilidade penal da criança e do adolescente ante a crescente violência que se apresenta, mas, quantas crianças e adolescentes estão insatisfeitos pela ignorância e cegueira da sociedade e dos órgãos públicos quanto aos seus estados de abandono, de necessidade, de escravidão, de abuso e exploração sexual?
Portanto, antes de incitarmos a sociedade, a imprensa e os meios políticos para a pseudonecessidade de redução da maioridade penal, vamos repensar o nosso papel enquanto cidadãos, detentores de direito, mas ignorantes quanto às nossas obrigações!