Como saber se estou sendo vítima e alvo de perseguição no trabalho?

27/02/2021. Enviado por

É muito comum em ambientes competitivos, o empregado sofrer com críticas e ofensas constantes, por parte de colegas ou superiores. A perseguição no trabalho, em geral, passa por três dimensões: provocação, punição e exclusão.

Por isso, é muito importante enfrentar a questão logo no início, para não deixar que se agrave a ponto do empregado inclusive pedir demissão, por não saber como lidar com a situação.

Importante o empregador certificar-se de que a sua percepção sobre o comportamento do outro condiz com a realidade, por isso, segue abaixo alguns sinais que podem detectar a perseguição e se com isso o empregado está sendo prejudicado.

 

SINAL 01 – COMENTÁRIO OFENSIVOS

Cuidado, críticas é diferente de comentários, e podem servir ao aperfeiçoamento profissional, se forem indicadas falhas passíveis de correção e que, realmente, estão prejudicando os resultados da equipe ou da empresa como um todo.

Porém, se os comentários reúnem informações inespecíficas no que diz respeito ao trabalho em si, e são carregados de conteúdo emocional, chegando a ser agressivos, isso pode caracterizar a perseguição.

É o que acontece quando questões técnicas não são citadas objetivamente, e o conteúdo das repreensões visa apenas a menosprezar o trabalho, sendo o intuito do perseguidor é justamente minar a confiança do perseguido, com o objetivo de que ele desista e peça demissão.

SINAL 02 – AS CRÍTICAS FEITAS SEMPRE SE BASEIAM EM DETALHES IRRELEVANTES

Outro sinal de perseguição que também trata-se de um tipo de bullying dentro da empresa, pode começar com piadinhas, apelidos e comentários que têm o intuito de constranger, desmoralizar e humilhar.

Muito frequente que os ataques se baseiem em deslizes comuns ou falhas que nem de longe atrapalham o desempenho profissional. Por exemplo: a pessoa que chega ao trabalho com três minutos de atraso, e recebe comentários do tipo: “Você está atrasada de novo? É uma péssima profissional mesmo!”.

SINAL 03 – DEMAIS COLEGAS DE TRABALHO SÃO ENVOLVIDOS NOS CONFLITOS.

Quem persegue geralmente busca aliados, pois a ideia não é articular sozinho. Nesse cenário, é comum que aquele que tem a intenção de prejudicar tente induzir outros colegas a partilharem da mesma opinião e, no processo, até se valha de informações que não são verdadeiras.

Ao perceber que isso está acontecendo com você, é essencial tomar uma atitude, procurar seu superior hierárquico para conversar, ou até um advogado e psicólogo para saber como lidar com a situação.

SINAL 04 – AFASTAR A PESSOA PERSEGUIDA DAS ATIVIDADES QUE LHE DÃO MAIS VISIBILIDADE.

Em geral, o perseguidor inicia suas estratégias para prejudicar de forma mais efetiva o alvo, tentando envolvê-lo em funções burocráticas ou operacionais, que, em geral, não demandam responsabilidade e, como consequência, geram baixo reconhecimento por parte da chefia.

O perseguidor expõe e desestabiliza a vítima alvo, por isso, o perseguido deve ficar muito atento. Melhor avaliar a situação de forma equilibrada, sem se envolver em brigas.

SINAL 05 – PROVOCAÇÕES

Saiba que para que caracterize a perseguição, é importante que os ataques ocorram de forma contínua, sistemática e recorrente, não necessariamente diariamente, mas que sempre se repita, ao longo das semanas, a ponto de desestabilizar totalmente o funcionário.

 

MAS COMO RESOLVER A SITUAÇÃO?

O ideal é tentar uma conversa amena com o perseguidor, sem acusações diretas e exemplificar com situações que ocorreram e comentar que se sentiu incomodado, pedindo gentilmente que brincadeiras de mau gosto, apelidos e atitudes agressivas como aquelas citadas anteriormente sejam evitadas.

Se a conversa fluir bem, mal-entendidos são esclarecidos e até é possível firmar acordos para conviver em paz, mas se o perseguidor ficar na defensiva o tempo todo, tentar se justificar ou continuar culpando o outro por suas ações, deve-se entender que, naquele caso, não existe chance de trégua.

Caso as partes não entrem em consenso, o único jeito é acionar outras instâncias da corporação: notificar o RH da empresa, ou buscar um Comitê de Ética, se houver, para relatar o problema e até um advogado. Para isso, é fundamental reunir provas documentadas, afinal, esse tipo de acusação não pode ser apenas verbal, pois necessita de provas.

Uma dica é elaborar um relatório, que reúna uma sequência de situações que justifiquem a perseguição. É importante anotar data e horário em que ocorreram, além de pessoas presentes e que possam endossar a acusação. Sendo cabível ação trabalhista por danos morais.

Assuntos: Assédio moral, Dano moral, Direito do Trabalho

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