Meio ambiente em transformação rápida: Difícil cognição

21/05/2012. Enviado por

O meio ambiente social passa por mudanças aceleradas que ameaçam a nossa capacidade de raciocínio e compreensão correta acerca dos acontecimentos, de modo a reagir de modo adequado. O que era garantido ontem, hoje não é mais. Como se adaptar?

Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado.”

 (Carlos Drummond de Andrade).

A realidade mostra que os fatos parecem se mover mais rápido que a capacidade das pessoas de acompanhar as idas e vindas dos acontecimentos.

É cada vez maior o esforço para compreender como fazer para viver melhor e se adaptar a um meio camaleônico que não poupa “surpresas”; nega hoje o que era verdadeiro ontem; e não garante que o entendimento de hoje será mantido amanhã!

Indivíduos de classes diferenciadas, envolvidos que estão em intricados interesses, movimentos e deslocamentos de poder, tentam manter ou alavancar o status quo, seja por egoísmo, seja por ambição ou mesmo vaidade, enquanto o que de resto restaria aos abutres resta aos demais para que disputem entre si.

Tenta-se viver o hoje como se não houvesse o amanhã! Num cenário assim desenhado, os imensos desafios à frente serão árduos se nos apoiarmos nas teias conceituais que herdamos e aprendemos a usar para absorver a efêmera realidade.

Conceitos e palavras parecem ser insuficientes e inadequados. É preciso encontrar um novo desenho capaz de acomodar e organizar as experiências, para que se tenha alguma chance de perceber a nova lógica.

Estamos passageiros num planeta em acelerada transformação, que se move mais rápido que a capacidade nossa de adaptação. Precisamos aperfeiçoar os instrumentos cognitivos.

A perene incerteza encampou o espaço da abstrusa certeza. Dilemas infaustos estão a desafiar a nossa capacidade de enxergar e de escolher diante de um quadro mutável.

Seria viável, ao mesmo tempo, lutar pela ética e assumir a globalização econômica e o caráter local da política? Numa sociedade caracterizada por temor e insegurança, é possível falar em liberdade? Como superar esses dilemas?

Seja maior ou menor o apuro do raciocínio, isoladamente, as armas da cognição não serão hábeis o bastante para propiciar expectativas de melhorias na vida, embora seja certo que, sem essa evolução, a esperança não sobreviva.

Sem esperança, o que há é uma espera! E na espera o ser humano não é ativo, mas uma presa das circunstâncias que o cercam!

Surpreendidos que fomos pela precariedade daquilo que julgamos garantido e inabalável, estamos irremediavelmente condenados a descobrir novas maneiras de pensar no, sobre e para o ambiente social em que vivemos.  

Assuntos: Direito Constitucional, Direito processual civil, Direito Público

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