O Governo jamais incentivará a Educação. Creia porque é absurdo!

20/09/2012. Enviado por

Síntese: Em debates sobre o futuro, todos concluem que é preciso incentivar a educação no Brasil. Urgente! Há sincero apoio? Ignora-se que a pessoa que pensa e tem instrução é difícil de ser manipulada. Educação contraria sórdidos interesses!

“O segredo da prosperidade global consumista é fazer com que indivíduos queiram fazer o que o sistema precisa que eles façam para poder se reproduzir. Isso ocorre obliquamente, por imposição ostensiva e dissimulada ou treinamento de padrões de comportamento adequados”. [Zygmunt Bauman].

Pensar, raciocinar, discordar, não aceitar, debater, discutir, refletir, protestar e ousar reclamar publicamente são verbos de uso escasso, pois todos requerem educação de qualidade e boas leituras.

Fala-se em uma Nova Ordem Mundial. Ficção? Illuminati da Baviera, sociedade oculta na era do Iluminismo, foi fundada em 1º de maio de 1776. Reuniria pessoas que controlariam os assuntos mundiais, secretamente. Para alguns, eles estão por trás de vários dos acontecimentos que levariam ao estabelecimento dessa ordem, cujo objetivo seria unificar o mundo numa regência única baseada num modelo político onde todos, a princípio, seriam iguais.

Seja ou não uma lenda urbana, o que representa essa globalização? Esse sistema, “democraticamente” implantado, teve por desígnio a geração de uma sociedade de consumo global. Nesse diapasão, é o corolário de negras previsões reveladas em filmes futuristas, aonde a sociedade chegou ao ponto de cada pessoa agir sob o controle de um telão de vídeo, que tudo sabia e tudo via. Se alguém se afastasse da conduta esperada era perseguido, podendo ser preso ou morrer.

Quem garante que o futuro será diferente? O Big Brother está de olho! Cada vez mais entroniza essa sinistra certeza. As motivações individuais hoje exigem a valorização do “agora”, em particular da satisfação imediata e do regozijo.

O longo prazo deixou de ter prioridade sobre o curto prazo. As necessidades gerais deram lugar às particulares. Prevalecem efêmeros arroubos individuais sobre as alegrias e satisfações derivadas de valores “eternos” e “supraindividuais”.

Sigmund Freud observara que ninguém renúncia aos instintos de boa vontade e insistira que a maioria dos homens obedece às proibições ou preceitos culturais sob a pressão da coerção externa. Concluíra que seria alarmante pensar na enorme quantidade de coerção exigida.

Thomas Hylland Eriksen, antropólogo da Universidade de Oslo, identifica como característica mais evidente da sociedade contemporânea a “tirania do momento”. Na concepção da filósofa e socióloga Elzbieta Tarkowska Bertman, o ser humano, cada vez mais, é ‘sincrônico’. Vive no presente, não presta atenção à experiência passada ou às consequências futuras de suas ações, numa estratégia traduzida pela ausência de laços com o semelhante.

A cultura hodierna premia velocidade e efetividade, enquanto desfavorece paciência e perseverança. Para que os novos desejos, necessidades, compulsões e vícios, assim como os novos mecanismos de motivação, orientação e monitoramento da conduta humana sejam bem atendidos, conta-se com o excesso e o descarte.

John Kotter, professor da Harvard Business School, desaconselha ao jovem procurar emprego tipo “carreira com estabilidade”, pois a vida moderna é um ensaio diário de transitoriedade universal e nada está destinado a durar, muito menos durar para sempre.

Tudo nasce sob o signo da morte iminente e emerge com validade impressa ou presumida. É a civilização do excesso, da redundância, do desperdício e da eliminação dos refugos. O pesquisador Ricardo Petrella, da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, formulou que as tendências globais direcionam as economias rumo à produção do efêmero e do volátil.

A “incerteza fabricada” é o instrumento supremo da dominação. Pierre Bordieu avista que a política da “precarização” é o núcleo duro dessa estratégia de domínio. Para o filósofo francês, mercado e “planejamento para toda a vida” entraram em total desacordo.

Essa dominação baseia-se na ignorância cultivada e é mais barata que um domínio fundamentado no profundo debate e num prolongado esforço para se chegar a um consenso a respeito da verdade dos fatos e dos modos menos arriscados de proceder.

Diante dessa realidade inserida, é importante perceber a questão educacional como um diferencial para o ser humano. Refletir, questionar, reformular e não aceitar imposições sutis representam obstáculos à ordem econômica estabelecida.

Se os interesses das elites impostos “democrática” e “sub-repticiamente”, em especial nos USA, alternam entre o “tem que ser assim” e o “assim será”, como esperar investimentos e incentivos por parte dos governos em Educação?

Quem ainda nutre a vã esperança de que haveria conscientização pragmática da prioridade da educação brasileira ficará decepcionado. As expectativas que se apoiam nessa frágil linha não são alvissareiras. Será o “telão de vídeo” um irremediável destino reservado aos desprovidos treinados, em razão dos ínfimos níveis de compreensão e de discernimento?

Será mero acaso o Brasil investir tanto na ignorância? A precariedade de vida da maioria dos trabalhadores não é coincidência. É decisão política. O transporte coletivo, no Rio de Janeiro, faz a pessoa perder, em média, entre 2 e 8 horas diárias no trânsito. Labora-se em extenuantes jornadas por miserável salário. Isso fragiliza, desestimula a luta e vence pelo cansaço, restando tempo para assistir TV, mas não para estudar e aprender, condenando ao imobilismo social.

O futuro do “país do futuro” parece ser a insidiosa perspectiva de melhor educação no futuro. De quem poderemos cobrar? De parlamentares, governadores, de presidentes do futuro ou de “gurus ocultos”? Já é este o futuro ou será só presente de grego? Sem trocadilho.

A ignorância política e a corda trançada da ignorância e da inação servem de pano de fundo sempre que a voz da democracia tiver de ser abafada, ou as mãos amarradas. Só uma educação vitalícia dá escolhas. Precisamos lutar para garantir as condições que tornam as opções disponíveis e ao nosso alcance.

Assuntos: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Educação, Escola

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