Porquê o brasileiro (ainda) sonha em morar nos EUA

05/02/2014. Enviado por

Um país de primeiro mundo, diria a maioria. Os Estados Unidos em crise é melhor que o Brasil. Há outros inúmeros fatores que atraem imigrantes brasileiros aos EUA, um deles é uma questão de cultura, a educação, muito dinheiro, cem dólares, trabalho.

Esta pergunta cabe muitas respostas e conjecturas. Vamos a algumas delas:
É um país de primeiro mundo, diria a maioria. Mas o que torna um país ser classificado como de “primeiro mundo”? Essa expressão surgiu na época da chamada “Guerra Fria” e designava os países capitalistas. Com o fim da “Guerra Fria” a expressão tomou outro sentido um pouco diferente e passou a designar todos os países de economia desenvolvida e com indicadores sociais excelentes.
As principais características são nações altamente consumistas, com tecnologias de ponta e em grande quantidade. O consumismo justifica-se pelo alto poder aquisitivo destas sociedades, a maioria de economia predominantemente industrial. Seus governos são majoritariamente democráticos. Outra característica importante destes países é que eles possuem uma economia diversificada produzindo diversos tipos de bens. Geralmente investem alto em desenvolvimento tecnológico e científico, além de contar com modernos meios de transporte e educação, entre tantos outros itens, como segurança, qualidade de vida, etc.

O que os EUA têm que tanto atraem os brasileiros? O salário em dólar$$$ e o poder de compra desse salário. É importante entender esta questão do poder de compra. Analisemos pelo prisma de uma brasileira “housecleaner” (faxineira) nos EUA. Em média, ela ganha por casa limpa, US$100,00 (cem dólares); ela limpa no mínimo, três casas por dia, seis dias por semana, o que perfaz um total ao final do mês de, aproximadamente, US$7.560,00 (sete mil, quinhentos e sessenta dólares), fazendo o câmbio à taxa média atual de R$2,40, isso daria algo em torno de R$18.144,00 (Dezoito mil, cento e quarenta e quatro reais). Você leitor irá pensar: realmente é muito dinheiro. Mas é bem mais do que você vê, se analisarmos o poder de compra. Vamos usar um carro como comparação, já que este é o sonho da maioria dos brasileiros, terem um carrão. O Honda Civic no Brasil é tido como um carro de luxo e custa a partir de R$62.000,00 o modelo mais simples. Enquanto nos EUA, seu preço despenca para US$15.995,00. Se a housecleaner não gastasse um centavo de seu dinheiro, em menos de dois meses e meio de trabalho ela compraria um Honda Civic. Quanto tempo um brasileiro da classe média teria que trabalhar para comprar o mesmo carro? Consideremos um brasileiro que ganha quatro salários mínimos/mês, R$2.712,00, considerado pelo nosso governo um excelente salário, tendo que inclusive pagar Imposto de Renda sobre ele. Nosso ilustre trabalhador levaria quase vinte e três meses para comprar o mesmo carro, se não gastasse um centavo sequer do seu suado salário. É gritante a diferença do poder de compra entre os dois países.

Há outros inúmeros fatores que atraem os imigrantes brasileiros aos EUA, e um deles é uma questão de cultura, a educação!!!! As pessoas são educadas naturalmente. Tente atravessar uma rua fora da faixa de pedestre e você verá que todos os carros vão parar pra você passar, ninguém vai te xingar, ou acelerar o carro pra não deixar você passar. As pessoas te pedem desculpas por cruzarem com você nos corredores dos supermercados, mesmo quando não estão te atrapalhando, “I’m sorry”, “excuse-me”, “ I can help you?”, “Have a good Day”, são expressões que você ouve o tempo todo, em todos os lugares, independente da classe social, é cultural.

É por estas e outras razões que noventa por cento dos brasileiros que voltaram para o Brasil durante a “crise” americana de 2008, não se readaptaram aqui e querem voltar. A frase que mais temos ouvido de nossos clientes é: “Os Estados Unidos em crise é melhor que o Brasil na alta”.
Não estou aqui de maneira nenhuma, desmerecendo nosso país, mas estamos muito longe desta classificação de “primeiro mundo”.

Li outro dia em um blog, que me falha a memória o nome da autora, que “os Estados Unidos é aquele namorado que me ensinou quase tudo na vida adulta, que não é lindo por natureza, mas é culto, inteligente, que está sempre bem vestido e cheiroso, que me valorizou e me aceitou como sou, com quem aprendi tanto. Já o Brasil é aquele namorado surfista, que ainda não amadureceu, mas é bonito por natureza, bronzeado de praia, cheio de disposição e bom humor”. Como decidir entre o dois? Cada um com suas razões e emoções.

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