Os desafios do empresário do mármore e granito

Há quinze anos, alguém me disse que o melhor negócio do mundo seria uma empresa de granito bem administrada, e que o segundo melhor negócio do mundo seria uma empresa de granito mal administrada. Inicialmente, achei engraçadas as afirmações. Com o passar do tempo, fui obrigado a concordar parcialmente com o interlocutor. Não sei se seriam os melhores negócios do mundo, mas do Estado do Espírito Santo, com certeza. Empresas de granito mal administradas geravam e geram um bom retorno, isso é evidente.

Ocorre que os tempos estão mudando, os concorrentes estão se especializando, os órgãos de fiscalização se profissionalizando, o mercado de consumo mundial definhando, e o custo de produção se elevando. Isso escancarou para o segmento do mármore e granito a necessidade de o empresário do setor se atualizar e buscar técnicas eficientes de administração de suas empresas. O atual cenário não é animador, pois mais da metade das empresas do ramo não controlam o fluxo de caixa, e a esmagadora maioria não faz o seu demonstrativo de resultado (DRE) mensal. Muito menos seus empresários sabem interpretar um balanço gerencial. Seus estoques não estão controlados, e o custo de sua produção, normalmente, não é feito corretamente.

A água está chegando no pescoço, a margem de lucro desabou, e as empresas que não implementarem modernas técnicas de administração sucumbirão em breve. O empresário, o dono, o proprietário precisa investir em si. Não existe a possibilidade de uma empresa evoluir se a sua liderança não buscar a evolução pessoal.

A outra opção é firmar parcerias estratégicas com pessoas que levem conhecimento para dentro de suas empresas, tais como administradores, Advogados, contadores, especialistas em meio ambiente, entre outros. Mas bons profissionais devem ser bem remunerados e gozarem da confiança da empresa. Será que os empresários do setor estão dispostos a investir e a confiar em bons profissionais?

O mercado atual colocará a maioria das empresas desse setor à procura de pessoas que tenham a capacidade de pensar estrategicamente, pessoas que efetivamente gerem resultados positivos. As empresas somente sobreviverão, crescerão e gerarão lucro, se forem compostas de pessoas capacitadas para pensar estrategicamente sobre o seu negócio.

O problema é que dez entre dez grandes empresas de todos os segmentos buscam profissionais com essas características. O mercado é carente de profissionais que têm a capacidade de transformar ideias em realidade. Esse profissional é raro, e por isso valorizado. Por outro lado, não existe alternativa para o dono do negócio que não empreender esforços para aprimorar seus conhecimentos. As obrigações acessórias trazidas com a pauta de preços mínimos de 2012 e o Decreto nº 3517/14 que trata acerca do recadastramento e cumprimento de diversas obrigações, trouxeram mudanças significativas. A cultura de preservação do meio ambiente e a morosidade dos órgãos ambientais, são limitadores para o desenvolvimento das empresas.

 Sabemos que o meio ambiente social onde as empresas estão inseridas, passa por mudanças aceleradas que ameaçam a nossa capacidade de raciocínio e compreensão correta acerca dos acontecimentos, que os fatos parecem se mover mais rápido que a capacidade das pessoas de acompanhar as idas e vindas dos acontecimentos. É cada vez maior o esforço para compreender como fazer para viver melhor e se adaptar a um meio em constante transformação.

Só escolhe o melhor caminho, a melhor estratégia, aquela empresa que possuir pessoas mais bem preparadas e mais capacitadas a tomar decisões. No caso específico do Mármore e Granito, as empresas precisam se adaptar às mudanças constantes. Seus órgãos de classe precisam encontrar um novo desenho capaz de acomodar e organizar as necessidades e experiências do setor. A cada dia que passa as dificuldades e os desafios do setor aumentam, e não há melhor maneira de  enfrentar as dificuldades do que investir no conhecimento.