Leitura para pensar: Mundo insano

Ao que parece, quanto mais a sociedade evolui tecnologicamente mais as pessoas vão se distanciando dos valores que as uniam outrora. As cidades superlotadas criam guetos superficiais onde as relações humanas, quase sempre impessoais, são substituídas por uma vida mecanizada, restrita a círculos menores de interesses , quando não, da própria sobrevivência.

Em boa parte do mundo antigo, os dogmas, na sua maioria fundamentalistas substituem a razão humana. E nos novos continentes, como na America Latina, os erros de outros tempos parecem querer voltar.

Fome, miséria, ditaduras, penas capitais, guerras religiosas, guerras tribais, homens, mulheres e crianças sem pátria à deriva nos mares asiáticos, fugindo das guerras e da fome. Nações ampliando presença militar em regiões pacificas. Genocídios mundo à fora. E nós? Assistindo a TV como se nada fosse conosco. Como se o mundo não fosse “quintal” de todos nós. E como tal, se o quintal do vizinho estiver sujo, as moscas e insetos, tarde ou cedo, vêm nos incomodar, já dizia a sabedoria do povo.

Estamos vivendo o ciclo do despontar das grandes descobertas tecnológicas, e, pari passu, o agravamento das tragédias humanas. Até parece que as produções apocalípticas cinematográficas de Hollywood foram profecias anunciadas por sábios homens.

O que virá depois? Podemos pensar.

Poderá vir a Matrix, a grande ilusão comandada pela inteligência artificial criada pelo próprio homem, rebanhando as nossas consciências em uma vida ordenada segundo as determinações da lógica algorítmica, ou quem sabe, os tempos de Mad Max, aonde a humanidade regride a guerras tribais em que  a ordem social e os valores humanos são substituídos pela anarquia e pela força do mais forte.

E nós? Seremos expectadores ou escreveremos o nosso roteiro?

De qualquer forma, estamos perdidos em tudo isso.

 *Armstrong Lemos é advogado, atuando no Estado do Maranhão.

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